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    Deepfake x IA: Comercial com imagem de Elis Regina abre discussão sobre perigos no futuro

    Internautas dividiram opiniões sobre o uso de IA para recriar pessoas que já se foram

    Elis Regina e Maria Rita em propaganda da Volkswagen
    Elis Regina e Maria Rita em propaganda da Volkswagen Reprodução/Volkswagen

    Leticia Pazerocolaboração para a CNN

    São Paulo

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    O novo comercial da Volkswagen, que usou inteligência artificial para unir Elis Regina e Maria Rita ao som de “Como Nossos Pais'” gerou uma nova discussão na web e dividiu opiniões.

    Internautas abordaram um possível perigo do uso da inteligência artificial e da deepfake em um futuro próximo, e o fato de recriarem pessoas que já morreram, por meio desses sistemas. Por outro lado, algumas pessoas ficaram impressionadas com o poder da IA e das coisas que só ela pode fazer.

    O gerente de projetos da Safernet, Guilherme Alves, que atua na defesa dos direitos humanos na internet, disse que o comercial nos leva a refletir também sobre os perigos causados pelo avanço desse tipo de tecnologia..

    “Os usos são diversos e preocupantes porque o potencial de desinformação da deepfake é gigantesco e fica cada vez mais explícito. Claro que um comercial desse é emocionante. Mas é preciso pensar que existem riscos muito grandes para debate público e informação das pessoas. Aqui a questão que pega é que não temos uma regulação sobre o uso da deepfake […] uma regulação específica sobre o que pode ou não ser feita, tipos de cuidados quando falamos dessas tecnologias, e isso é urgente. As pessoas tendem a acreditar mais no vídeo do que texto, esse potencial é bastante perigoso e deve ser presente quando discutimos os tipos de regulação dessas tecnologias”, esclareceu o profissional.

     

    Alvez explicou sobre essa tecnologia, e como o comercial foi feito.

    “O comercial foi gravado com uma dublê e depois o rosto dela foi substituído pelo rosto da Elis por imagens de arquivo. O rosto e as expressões, foram obtidos por meio de imagens de quando ela estava viva”, explicou.

    Além disso, Guilherme explicou o que realmente significa o termo inteligência artificial, e falou um pouco sobre o medo de algumas pessoas com essa tecnologia.

    “Esse é um termo guarda-chuva para tecnologias computacionais que buscam realizar tarefas complexas associadas a produção humana. Estamos falando não de computadores que são capazes de fato de serem tão inteligentes e hábeis como seres humanos ou que tem capacidade de pensar como seres humanos, ainda estamos bem longe disso”, contou Alves, que continuou.

    “Estamos falando de programas de computador que conseguem realizar algumas tarefas que envolvem interpretação de texto, criação de textos, ou identificar imagens, criar imagens, essas tecnologias geralmente integram o que chamam de aprendizado de maquinas, que são programas de computador que conseguem, a partir de bancos de dados gigantescos, identificar padrões matemáticos em relação a aquele banco e, a partir disso, fornecer informações ou criar informações novas a partir desse banco de dados”, explicou o especialista.

    Inteligência artificial e deepfake são a mesma coisa?

    Guilherme explicou as diferenças entre IA e a deepfake.

    “Deepfake é um termo inglês para falsificação profunda. São tecnologias de manipulação de imagens e vídeos empregadas para fazer o rosto de uma pessoa ser colocada no rosto de outra pessoa, ou manipular o rosto de alguém para ter uma expressão que essa pessoa não teve. Essas tecnologias são usadas há bastante tempo, mas recentemente com o uso de IA temos visto que essas manipulações estão cada vez mais realistas”, afirmou o especialista, que continuou.

    “Fica cada vez mais difícil identificar quando há realmente essa manipulação. Atualmente muitas das tecnologias utilizadas na deepfake, estão utilizando tecnologias de IA, manipulando rostos, que analisam imagens, vídeos, que conseguem fazer recortes de maneiras mais rápidas. Está cada vez mais rápido e realista fazer deepfake, essa é a relação entre eles, e ai que está o perigo quando pensamos nesse tipo de conteúdo”, declarou ele.

     

    A relação entre Elis Regina, Volkswagen e a ditadura

    Outro questionamento levantado por internautas nas redes sociais, foi se Elis Regina gostaria de ter sua imagem associada à Volkswagen, com o uso da música “Como Nossos Pais”, levando em consideração a época da ditadura, e seus posicionamentos contrários.

    Procurada pela CNN, a Volkswagem afirma que “objetivo da campanha era criar um momento único, por meio da inteligência artificial, reunindo Elis Regina, uma das maiores cantoras da história da música brasileira, e sua filha Maria Rita, ícone atual da MPB. A utilização da imagem de Elis Regina na campanha foi acordada com a família da cantora”.

    “A música escolhida, “Como Nossos Pais”, de Belchior, interpretada por Elis Regina, serviu como trilha sonora para esse encontro pela sua representatividade na história brasileira ao simbolizar a necessidade de novos tempos. A intenção da Volkswagen com a campanha foi destacar a transição das gerações e a renovação da marca, utilizando a Kombi como um símbolo do passado e o modelo ID.Buzz, sua versão 100% elétrica, como uma representação do futuro”, prossegue.

    “A Volkswagen se orgulha de ser uma marca presente na vida dos brasileiros, com mais de 25 milhões de veículos produzidos no País, e reforça seu compromisso, seguindo sua estratégia mundial, de ser uma empresa cada vez mais humana e próxima das pessoas, promovendo inclusive ações como esta, que possibilitou o encontro de mãe e filha, duas estrelas da música que estão presentes nos corações dos brasileiros”, finaliza a montadora.

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