Porto Alegre irá privatizar empresa de transporte público criada por Dom Pedro II
Companhia, que ainda é responsável por 22% do sistema de transporte público da capital gaúcha, tem proposta mínima de R$ 109 milhões

A mais antiga empresa de transporte coletivo do país em atividade teve edital de desestatização publicado nesta terça-feira (25) pela prefeitura de Porto Alegre.
A Carris foi criada em 1872 e ainda é responsável por 22% do sistema de transporte público da capital gaúcha.
Atualmente, a prefeitura de Porto Alegre controla 99,9% da empresa, que foi criada por meio de decreto firmado pelo então Imperador Dom Pedro II. Na época, a Carris surgiu operando bondes puxados por mulas.
A expectativa é que, até o primeiro trimestre de 2024, quando o negócio deve ser concretizado, todas as ações, assim como os bens da empresa, como ônibus e terrenos, estarão nas mãos da iniciativa privada.
A operação das 20 linhas que pertencem à empresa será concedida por 20 anos. Porém, de acordo com a prefeitura, a venda da Carris, não alterará a tarifa de ônibus de Porto Alegre, que é de R$ 4,80 desde 2021.
A concorrência tem proposta mínima de R$ 109 milhões. A sessão pública para recebimento e abertura das propostas dos interessados ocorrerá em 2 de outubro.
A desestatização foi promessa de campanha do atual prefeito Sebastião Melo (MDB).
Entre os motivos para a decisão estão o alto custo de operação da companhia, cerca de 20% maior do que o de outras operadoras de transporte coletivo, e a necessidade de elevados investimentos para qualificar o serviço oferecido ao passageiro.
Só entre 2020 e 2022, o município teve de injetar cerca de R$ 200 milhões na Carris Porto-Alegrense.
“A qualificação do transporte coletivo é um desafio que enfrentamos desde o início da gestão. Melhorar o sistema, manter a passagem sem aumento e ampliar a cobertura do serviço são prioridades. E a desestatização da Carris é um compromisso assumido desde a eleição e que faz parte desse esforço maior de entregar uma mobilidade mais eficiente”, destaca o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo.