Mercados argentinos reabrem nesta terça-feira (21) com expectativas de ganhos fortes após eleição de Milei
No exterior, títulos e ações argentinas tiveram alta na segunda-feira (20)

Os mercados financeiros da Argentina retomarão suas atividades nesta terça-feira (21) após a vitória do libertário Javier Milei nas eleições presidenciais e o feriado nacional da véspera.
Os investidores se preparam para uma firme recuperação dos ativos domésticos em linha com os ganhos vistos na segunda-feira (20) no exterior.
A alta esperada para as ações e os títulos devido às expectativas geradas por um novo governo ultraliberal deve ser contrabalançada por uma queda no peso devido à dolarização proposta pelo economista que venceu as eleições do último domingo (19).
As ações das empresas argentinas listadas nos Estados Unidos subiram até 40% na segunda-feira lideradas pela empresa petrolífera YPF.
Enquanto isso, a dívida soberana se recuperou com o otimismo em relação ao novo presidente da terceira maior economia da América Latina, que sofre com uma inflação de três dígitos, uma recessão iminente e o aumento da pobreza.
“A agenda de Milei cria ilusão, há uma visão positiva, embora haja problemas muito difíceis de resolver”, disse o analista Marcelo Elizondo.
“Os mercados externos endossam o fato de que houve a derrota de uma força (política) que levou ao caos econômico“, acrescentou, referindo-se ao peronismo que impulsionou o candidato Sergio Massa.
Analistas do Morgan Stanley previram um ajuste de pelo menos 80% na taxa de câmbio oficial da Argentina em dezembro, após o resultado presidencial nas urnas.
O banco acrescentou que o país provavelmente negociará um novo programa de empréstimo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) “com relativa rapidez” para evitar atrasos com o Fundo, com quem a Argentina tem um programa de empréstimo de US$ 44 bilhões (R$ 213,62 bilhões).
O peso oficial fechou a sexta-feira (17) em 354 pesos (R$ 4,87) por dólar, enquanto o peso paralelo “blue” foi negociado a 950 (R$ 13,07) na quinta-feira (16), o último dia de negócios genuínos nesse mercado quando se trata de tomar decisões financeiras. A diferença subiu para 168,4%.
“O presidente eleito terá de dissipar as várias fontes de incerteza que afetam os argentinos. Ele terá de vestir o uniforme de um líder desde o momento zero”, disse Pablo Besmedrisnik, diretor e economista da Invenómica.