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    Banco Central mantém taxa de juros a 13,75% ao ano em primeira reunião após marco fiscal

    É a sexta vez seguida em que se decidiu pela manutenção da Selic, assim, patamar de juros segue no maior nível desde dezembro de 2016

    Ana Carolina Nunesda CNN

    em São Paulo

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    O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu pela manutenção da taxa de juros — a Selic — em 13,75% ao ano. Esta foi a primeira reunião do Comitê após a entrega do projeto de novo marco fiscal para ser analisado e votado no Congresso.

    Também é a sexta vez seguida em que foi decidida a manutenção da taxa. Assim, o patamar de juros continua no maior nível desde dezembro de 2016.

    De acordo com o comunicado do Copom, a decisão foi unânime e que o Comitê “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”.

    O comunicado abre afirmando que “o ambiente externo se mantém adverso”. Sobre o projeto do novo marco fiscal, o grupo cita “incerteza ainda presente sobre o desenho final a ser aprovado pelo Congresso Nacional e, de forma mais relevante para a condução da política monetária, seus impactos sobre as expectativas para as trajetórias da dívida pública e da inflação, e sobre os ativos de risco”.

    Mas depois pondera argumentando que “a reoneração dos combustíveis e, principalmente, a apresentação de uma proposta de arcabouço fiscal reduziram parte da incerteza advinda da política fiscal”.

    O Copom afirma ainda que, considerando a incerteza ao redor de seus cenários, “o Comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação.”

    O documento finaliza dizendo que “a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária” e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.

    6ª vez

    A última reunião em que a taxa foi alterada, em 3 de agosto do ano passado, houve alta de 0,5 ponto percentual. Na primeira decisão de manutenção da taxa, em 21 de setembro de 2022, o comunicado do Copom apontava que, apesar da manutenção, não estava descartada nova alta caso “o processo de desinflação não transcorra como esperado.”

    O resultado do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de março indica que há um processo de desinflação gradual em curso no Brasil — de acordo com especialistas consultados pela CNN.

    Conforme a última divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 11 de abril, a inflação desacelerou a 0,71% em março. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice ficou em 4,65%. A meta do Banco Central para 2023 é de 3,25%, podendo ficar até 1,5 ponto percentual acima ou abaixo.

    Os dados de março injetaram uma dose de otimismo nas expectativas de economistas e investidoresA bolsa de valores engatou uma sequência de altas fortes, enquanto o dólar despencou para menos de R$ 5 pela primeira vez em dez meses.

    Por trás da euforia, está uma inflação que veio mais fraca que o esperado, teve uma forte desaceleração e também começa aos poucos a mudar de perfil, com quedas de preços mais espalhadas entre as centenas de itens que são consumidos pelos brasileiros e monitorados pelo IBGE para calcular a inflação oficial do país.

    Já nesta semana, os economistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central elevaram pela quarta semana consecutiva a projeção para a inflação em 2023. De acordo com o Boletim Focus de terça-feira (2), a mediana das expectativas é que o IPCA de 2023 feche em 6,05%, ante estimativa de inflação de 6,04% divulgada há uma semana.

    Juros altos

    O presidente Lula e sua equipe vêm criticando a taxa de juros do país desde o início do governo. Em sua última manifestação sobre o tema, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que “não faz sentido manter a taxa básica de juros próxima ao patamar de 14%“.

    Já o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou, na terça-feira (25), que não tem a “capacidade” de dizer quando a taxa de juros vai cair, mas “as coisas têm caminhado no caminho certo”. O dirigente da autarquia foi convocado para uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para explicar o atual patamar da taxa Selic.

    “Eu não tenho capacidade de dizer [quando vai cair]. Sou um voto de nove. Mas é um processo técnico que tem o seu tempo e as coisas têm caminhado no caminho certo”, disse, referindo-se à composição do Comitê de Política Monetária do BC, que é quem toma decisões referentes à política monetária do país.

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